Conjunto de edificações da avenida João Pinheiro e área adjacente

  • Edifício
  • Belo Horizonte
  • Minas Gerais
  • Tombado
  • Bem cuidado

Descrição

O tombamento estadual do Conjunto de edificações da avenida João Pinheiro e área adjacente foi aprovado pelo Decreto nº 23.260, de 01 de dezembro de 1983, e inscrito nos Livros do Tombo I – Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico – e III – Histórico, das obras de Arte Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos.

O conjunto é constituído pelas edificações situadas na avenida João Pinheiro, 450 – Escola Estadual Afonso Pena –; na rua Bernardo Guimarães, 1468 e 1500 – antiga Escola Estadual Ordem e Progresso, atualmente uma unidade de atendimento do Detran – e na rua dos Aimorés, 1451 – Casa de Afonso Pena Júnior, hoje Centro Universitário UNA. Pertencia ao conjunto, ainda, a edificação à avenida João Pinheiro, 510, demolida e excluída do processo de tombamento.

A origem das edificações remonta ao processo de mudança da capital do estado de Minas Gerais em fins do século XIX. O projeto da cidade, elaborado pela Comissão Construtora, previa a ocupação prioritária do Centro Cívico, nucleado na Praça da Liberdade, e áreas próximas, onde se edificaram residências oficiais destinadas a autoridades administrativas do Estado. Foram construídas casas-tipo que variavam de A a F, sendo muitas das do tipo F construídas na avenida João Pinheiro e destinadas a residências oficiais de secretários de governo. A implantação dessas casas se deu, na maioria das vezes, no centro dos terrenos, com recuo nos limites laterais dos lotes, jardim fronteiro e entrada lateral com varanda, exibindo sua filiação ao ecletismo, estilo em voga no período. Muitos desses casarões foram demolidos ou sofreram modificações completamente descaracterizantes. A motivação do tombamento em tela se baseou no fato de que, embora isoladas, elas configuram na quadra em que se localizam um fragmento de memória do plano inicial da cidade.

O prédio da Escola Estadual Afonso Pena foi projetado pela própria Comissão Construtora para ser a residência do Secretário de Estado do Interior e foi inaugurado em 1897. A pintura e ornamentação originais são de autoria de Frederico Antônio Steckel. Em 1906, passou por adequações para instalação do Primeiro Grupo Escolar de Belo Horizonte, que funcionou ali até 1913, quando o segundo Grupo da capital foi transferido para lá. Em de 1914, recebeu a denominação de Grupo Escolar Afonso Pena. A casa contígua, na esquina da Rua dos Aimorés, foi adquirida da família do político Afonso Pena pelo Governo do Estado em 1926 com o objetivo de ampliar o Grupo, e hoje as estão interligadas por um anexo. As edificações que compõem a Antiga Escola Estadual Ordem e Progresso foram projetadas para ser a residência do Chefe de Polícia, com pintura e ornamentação originais também de Frederico Antônio Steckel, e para escritório e residência do construtor Carlos Antonini. O projeto é do arquiteto italiano José Fornaciari, cuja planta foi aprovada pelo prefeito em 1898. A Casa de Afonso Pena Júnior data de 1913 e foi projetada pelos arquitetos José Lapertosa e Victor Renault Coelho. Possui inspiração art nouveau e serviu de residência ao político e intelectual. Desde a década de 1970 pertence ao Centro Universitário UMA, quando foi agregado um prédio anexo no miolo da quadra. A ligação entre os pavimentos se dá por escada de acesso ao alpendre com estrutura e cobertura independente em forma de cúpula metálica, sustentada por coluna de ferro com arremate superior em lambrequim e guarda-corpo em ferro fundido.

  • Tombado em 1983
  • Jurisdição Estadual

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